quinta-feira, julho 21, 2011

Não Serei Vítima





Dentre os blogs que leio e acompanho, destaco o blog da Lola como o mais freqüente e o que mais me provoca reflexão. Seus posts em maioria são engajados, defendem a bandeira do feminismo. Tomando-a como modelo, peço licença aqui para fazer tremular minhas bandeiras também. 
Ressalto que defendo, assim como ela, os movimentos sociais das minorias políticas e não considero que "panfletário" seja um defeito. Ser panfletário é uma escolha legítima e racionalmente plausível, ao passo que fingir apatia política não te torna menos político (mas sim, te torna imbecil). 
Mas de fato existem maneiras ativas e passivas de ser colocar politicamente. Não se engane: ignorar eleições, manifestações populares, greves e piquetes não te torna apolítico (a menos que você esteja em coma, entubado no mínimo), mas certamente te faz sujeito passivo da política.
Sendo passivo politicamente você legitima o poder vigente e desta forma contribui para que as coisas permaneçam exatamente como estão. Isto é ótimo, se você faz parte da minoria favorecida. Mas, se você, assim como eu, está sendo massacrado todos os dias por esta lógica perversa e nada faz a respeito, então você é um IMBECIL, um desperdício absurdo de oxigênio, carbono, hidrogênio, etc.
Parte disto é pura reatividade, revanche. É um prazer tão primário quanto raro. É quando assistimos admirados uma zebra sair ilesa de um ataque de leão que cai "de fuça" na areia, ou mesmo, quando vemos em Kill Bill, a noiva trucidando Buck, seu estuprador. É o dia da caça!
Não deixarei de reconhecer que exigência de reparação é o que muitas vezes une os movimentos sociais. Tal exigência não é injusta ou exagerada: simplesmente é! Só não podemos permanecer nisso, ou do contrário, seremos sempre aqueles que esperam pelo dia da caça.
Daí sempre serão necessárias as políticas compensatórias: vagões exclusivos para mulheres, cotas em concursos públicos, cotas em vestibulares e programas de incentivos fiscais. Políticas desta natureza (ações afirmativas) promovem "o dia da caça", mas infelizmente, não findam o preconceito. É preciso então basear a luta em novas estratégias.

Para deixarmos de ser caça não sejamos caçadores. Ou seja: para deixar de ser oprimidos, não podemos tiranizar outrem. Isso é manter o status quo inalterado. Sejamos ativos e altivos, portanto, mas sem reproduzir o modelo tirânico do patriarcado. Eu não serei vítima, mas também não serei algoz.


"The opposite of war isn't peace, it's creation!" (Jonathan Larson)





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