quinta-feira, julho 21, 2011

Onde está a Graça?*

Atualmente está na moda falar do tal "politicamente correto". Diversos humoristas e junto a eles, o senso comum, têm como ponto pacífico que humor, para ser considerado como tal, precisa ofender alguém. Aqueles que discordam são achincalhados e considerados caretas, conservadores e principalmente, sem graça.

Aqueles que defendem esta forma de humor se acham o ápice da subversão, se acham modernos e acima de tudo se acham ENGRAÇADOS. 

Onde está a graça?

Estes ditos humoristas e seus seguidores defendem as piadas de judeu, de negros, de mulheres, de loiras burras, deficientes, gays, etc.

Ora, o que há de tão revolucionário, subversivo ou original em contar uma piada racista ou sexista? 

Se perpetuar o preconceito é subversivo, então o Sr. Bolsonaro é o cara mais subversivo e revolucionário de todos! Por esta lógica, Bolsonaro merece até uma medalha, não?

Então, caros amigos, da próxima vez que contarem uma piada de cunho preconceituoso, se perguntem sinceramente:

"EU TO RINDO DO QUÊ?"

* Cabe aqui um nota: minha inspiração para este post vem da querida Lola.

2 comentários:

Anônimo disse...

O que há de revolucionário é que simplesmente eles podem ser como são, condicionante negligenciada nos tempos de politicamente correto. O parágrafo II, do artigo 5º da constituição, garante o direito de exercer a minha liberdade desde que dentro das limitações legais. Por que você tem o direito de considerar o Bolsonaro um idiota, mas o inverso é proibido? Refute essa hipocrisia e pare de se julgar superior porque escolheu abraçar algumas causas. O lugar que nasceu, o gênero que possui, a sua orientação sexual, o lugar onde estudou, o que gosta, onde trabalho, como se diverte, que filmes escolheu no final de semana, a cor da pele, a idade que tem, o time que torce, o seu nome, as causas que defende e qualquer outra coisa farão de TODOS NÓS, em algum momento, excluídos ou minoria. Pergunte a um americano o que ele acha do Bin Laden e repita a pergunta a um Palestino. Pare de exigir que as pessoas manifestem valores que são seus. A negação é parte de qualquer escolha e, por sua vez, reflete o que somos e o que construímos. Somos todos preconceituosos, para este ou aquele motivo, e se a minha manifestação não transcende os limites da lei, sou apenas algúem que, como você, posso dizer e fazer o que quero.

Nih disse...

Veja bem, eu disse:

"Se perpetuar o preconceito é subversivo, então o Sr. Bolsonaro é o cara mais subversivo e revolucionário de todos! Por esta lógica, Bolsonaro merece até uma medalha, não?"

Ainda assim, permanece a questão:

O que há de revolucionário em ser racista, machista, homofóbico, etc? Não há NADA de revolucionário, mas sim, corrobora com a ideologia da classe masculina, branca, privilegiada, heterossexual, ouvinte, vidente e livre de quaisquer necessidades especiais (como cadeira de rodas, por exemplo). Por uma incrível coincidência, os acima citados também detém os melhores empregos, os meios de produção, etc. Todo o mundo é feito e pensado por e para estes sujeitos. Você pode sim exercer seu direito civil de ser imbecil, o que não fere meu direito civil de demonstrar isso e pôr o dedo na ferida.

Passar bem e volte sempre!