Era um Tsunami, mas eu queria apenas molhar meus pés...
Então a coisa me acometeu, ganhou força, cresceu e eu estava ali, querendo me banhar impunemente. As coisas perdem e ganham sentido de maneira virtuosa, voluptuosa, indecente! Sinto a terra tremer e me dou conta de que não é a terra a tremer.
Minhas mãos suam, algo dentro de mim bate, acho que é o coração, mas talvez não seja. Alucinação caberia enquanto descrição, ou sintomatologia de um turbilhão íntimo. Então a onda veio, depois de uma calmaria que parecia eterna.
Eu mergulhei querendo sentir com toda força o impulso incessante das ondas. As ondas vieram e o gigantesco mar me envolveu de tal maneira que me vi sem salvação, me afogando, sentindo o ar faltar nos meus pulmões, sentindo o terror da quase-morte e ao mesmo tempo experimentando a incrível sensação de ser parte de um oceano. Relaxo, me entrego, sigo o fluxo!
Mas eu queria apenas molhar meus pés...
2 comentários:
olá, te achei no blogblogs...
gostei do texto: profundo e bastante reflexivo.
realmente é muito bom um turbilhão para romper com a calmaria.
abraço
Muito foda quando o acaso providencia leitores. Volte sempre!
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