Depois de um longo período de férias, me ponho aqui a escrever de novo as velhas baboseiras. E estando nesse momento, mais preocupada com a solução para as minhas olheiras do que com a vida, o universo e tudo mais, e ainda mais preocupada em perder 5 teimosos quilos que ainda sobram em mim neste momento, me vejo de frente à uma questão: o que poderia escrever de útil?
Acho que nada que eu possa escrever neste momento daria uma boa redação, daquelas com título "Minhas Férias" (que atire a primeira pedra quem nunca escreveu uma redação com este título, ainda que, a contragosto), então vou chutando no vazio e enrolando para ver se de repente algo inspirado aparece assim, de repentelho...
Mas ao que parece, nas férias meu cérebro desliga e sou incapaz e entender algo mais complexo do que a localização da próxima noitada, ou então, o nome da rua da minha casa. Por outro lado, ou em razão disto mesmo, passo a ter um arsenal de bobagens e repostas na ponta da língua que parecem infindáveis...E sem falar no fato de que não perco a habilidade de insultar, por esporte... Mas por que diabos eu fico tão burra nas férias? Por que nas férias Merleau-Ponty e Bachelard se transformam em jogadores o meio de campo da seleção francesa? Por que será que assistir um filme do Bergman se torna uma tortura medieval assim tão repentinamente? Mais louco que isso, só meu amigo que lê Lacan no metrô.
Mas voltando às vacas frias, fico tentada a defender aqui meu direito de ser burra. E por que não? Tendo 22 anos de alimentação ao intelecto, que custa defender o direito do meu cérebro tirar umas férias? Contando que ele não resolva fazer recesso bem quando for fazer minha prova de mestrado, está valendo!
Mas de tudo, o que mais me irrita nessa época é ser forçada a pensar. Estar em uma mesa de bar e ser forçada a pensar sobre o infinito é foda! Prefiro mil vezes enfrentar a novela das 8 ou assistir "A Lagoa Azul" mais uma vez. Se bem que a considerar minha capacidade cerebral atual, já nem seria tão torturante assim.
No fim das contas, estou em um momento de pura soberba, no qual não preciso provar para ninguém (exceto minha orientadora) que sou inteligente. Reclamo então meu direito de ser deliberadamente burra! De assistir um filme com Jim Carrey e rir até morrer. Posso, depois de ler Saramago e outros tantos gênios da literatura, me distrair lendo Marie Claire enquanto espero minha vez no salão. Simples assim!
2 comentários:
Estranho, mesmo nas ferias, na sua fase burra. Nossas conversas manteem um certo nivel.
"vacas frias" foi muito loko hehehe
muito bom seu blog e mesmo de férias posso dizer que na divagação especial você ainda se saiu muito bem =)
att
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