Resolvi postar aqui uma série de pontos de vista que poeria chamar de "paramidiáticos" acerca da recente crise na USP. Isto porque não se trata de uma crise pontual, mas de um verdadeiro câncer que se alastra pelas universidades públicas brasileiras.
No ano de 2005 ocorreu entre universidades federais uma importante e longa greve e na UFF (Universidade Feeral Fluminense) uma atividade de greve no Campus Valonguinho foi combatida pela PM. Sendo a UFF uma Universidade federal, a polícia militar estava fora de jurisdição, mas a Reitoria autorizou (e depois negou, por causa da péssima repercussão) a entrada da polícia, que fez o que sabe fazer de melhor: agrediu!
Mas a agressão da força policial foi consequência de uma irresponsabilidade imperdoável da Reitoria da Universidade. O resultado deste embate foi satisfátorio no entanto: O CUV (Conselho Universitário, instância deliberativa máxima a UFF) decidiu que a partir de então a polícia militar estaria terminantemente impedida de adentrar os portões da UFF. Dificilmente algo semelhante acontecerá na USP, visto que a Reitoria parece ser além de corrupta, extremamente oligarca.
Ora, em qualquer país "civilizado" (no sentido comum que entendemos civilidade) é assegurado o direito do trabalhador de negociar suas condições de trabalho, sendo a greve uma das principais formas de viabilizar esta negociação. Daí no Brasil as coisas tem se invertido, e transformam o trabalhador grevista em bandido vagabundo e inversamente, o "cidadão de bem" é o proprietário, é aquele que detém os bens de consumo e os meios de produção.
Só que agora o buraco é mais embaixo, pois cutucaram outro tipo de trabalhador, que é também outro tipo de elite: os intelectuais. E agora Serra? Como você vai se explicar? Espero que isso ainda dê muito pano pra manga!
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