
21/08/2005
Interessante é ver como o tempo tem a capacidade de transformar os afectos. Toda a minha não-vida foi em nome de Augustus, todo o meu aprendizado. Tenho convicção plena de que ele foi a única coisa que amei.Augustus foi para mim princípio, meio e fim de todas as coisas que vi e senti e eu era para ele assim como ele para mim o único ser no universo. Desaparecendo ele, sobra de mim apenas um fraco espectro do que já fui e no entanto foi exatamente isto que sempre procurei: a liberdade. Não existem mais muros de conventos, hábitos, orações, céu, inferno, castigo, morte. Nada mais tenho a temer, pois nada tenho a perder.
Por isso queimo agora cada página do diário, das memórias íntimas de meu mestre. Não mais desejo alimentar-me de cinzas. Sinto o cheiro da liberdade agora que não tenho mais amor dentro de mim, sou oca por dentro e estou satisfeita com isso.
Ava entendeu meu ato como sentimento juvenil...Ela que pense como bem entender, pois a verdade está além de sua compreensão. As palavras de meu mestre não podem pertencer a ninguém, nem mesmo a mim. Por isso paguei um preço alto. E assim, sem temor ou apego, vou apagando cada vestígio do meu passado, vou escamoteando quem um dia fui, tendo a certeza de que eles jamais saberão a verdade.
Um comentário:
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